segunda-feira, 2 de maio de 2011

DIFICULDADES

Sei que não sou a primeira e nem vou ser a última mãe de uma criança especial a reclamar da dificuldade de locomoção toda vez que temos que sair de casa.
É um tal de põe no carrinho, vai até o carro. Tira do carrinho, põe na cadeirinha do carro. Chegando no destino escolhido, fazemos tudo de novo. Às vezes o lugar que vamos, tem acesso fácil pra pessoas com cadeiras de rodas, outras vezes o lugar não oferece nenhuma condição. São escadas, portas giratórias, degraus, calçadas esburacadas, dá vontade de sentar no chão e chorar!
Maria Carolina ainda é pequena. Tem 1, 05m e pesa quase 20kg. Por enquanto eu ainda posso com ela. Carrego ela no colo, consigo movimentá-la com facilidade. E por isso, saímos sempre de casa. A gente não fica se lamentando. Como somos só nós duas aqui em Caxias, temos que nos virar. O Fernando trabalha o dia inteiro e a nós duas quase sempre saímos pra dar umas "bandas" por aí. Quando saímos a pé usamos a cadeira de rodas. Uma cadeira grande, toda cheia de facilidades e posições que a deixam bem confortável. É essa cadeira também que usamos quando estamos em casa. Quando saímos de carro usamos um carrinho de bebê mesmo. Mas o carrinho está com os dias contados. Ela tá ficando grande demais pra ele.
Agora, trocamos de carro e vai ficar mais fácil montar e desmontar a cadeira toda vez que tivermos que sair.
A cadeira que ela usa hoje é essa:

 
Outra dificuldade é a entrada de carrinhos de bebê ou cadeiras de roda em bancos ou em locais públicos. Duas situações que aconteceram com a gente e que acontecem sempre: entrada em banco e nos aeroportos. No banco, já chegaram ao ponto de pedir pra eu tentar passar o carrinho da MC pela porta giratória, pois eles (os guardas) não tinham autorização pra abrir a porta lateral dos deficientes. Como assim? Além de estar num carrinho de bebê, ela é deficiente. Só porque não pode realizar operação bancária, não pode entrar no banco? Será que eu não consegui esconder direito a metralhadora dentro da fralda dela? Hahahaha! Engraçado, mas é verdade!
E no aeroporto? Nos obrigam a tirar a Maria Carolina do carrinho, passar com ela no colo pelo detector de metais e desmontar o carrinho pra passar pelo raio-x. Entendo da segurança que é necessária nesses lugares, mas não tem outra opção sem ser tirar a criança da zona de conforto pra poder ver se estamos carregando armamentos pesados, drogas e dinheiro dentro das fraldas ou do carrinho dela? Friso que por enquanto, enquanto a gente ainda pode pegar ela no colo a qualquer hora, enquanto ela ainda é relativamente pequena, eu sigo e respeito as orientações. Não concordo, mas respeito. Só me pergunto como vai ser depois? Como é o procedimento de embarque pra adultos deficientes? Eles mandam o cadeirante levantar pra passar pelo detector? Não sei realmente como funciona porque não tive a oportunidade de estar presente quando do embarque do deficiente, mas gostaria de saber.

Um comentário:

  1. Como assim tem que tirar a MC da cadeira e levar ela no colo pra passar no aparelho do aeroporto ?? Ai, peloamor, cada pessoa sem noção. Sabe Caru, nunca pensei nisso, nessas dificuldades neste sentido. Por isso, cada vez mais te admiro por ser essa super mae. te amo.

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