segunda-feira, 27 de junho de 2011

INSÔNIA

Se tem uma coisa que realmente me intriga (tirando o fato de a doença aparecer, né?) é a falta de sono da Maria Carolina!
A criança NÃO DORME! Sério! Ela dorme uns 15 min. depois de cada crise convulsiva, quando acontecem, e só! A noite é pior ainda: ela pega no sono perto das 3 da manhã e às 6 já está acordadona.
Ela toma, pra "ajudar a dormir" 2 comprimidos de nitrazepan. Qualquer adulto "tombaria" com essa dose, mas na minha pequena... Não faz nem cócegas!
Nos EEGs que ela faz, sempre diz que está ausente o ciclo do sono.
Quando eu conto pros médicos dessa falta de sono dela, eles me perguntam: Como é que tu aguenta? eu digo que sou mãe... tenho que aguentar, né? Mas como disse uma amiga minha "ficar sem dormir chega a doer" e tem dias em que eu estou virada num zumbi e num humor que nem eu me aguento.
Em Caxias, eu ponho a MC na caminha dela, no quartinho dela, encosto a porta e deixo ela "conversando e brincando" sozinha e tento dormir. Digo tento, porque é praticamente impossível ficar completamente desligada enquanto ela tá lá, né?
Agora, quando estamos em Capão... a coisa muda! Lá, nós dormimos no mesmo quarto e na mesma cama e quando ela fica acordada, eu fico, minha mãe fica e meu pai fica também! Hahahahaha! É um tal de bocejos durante o dia, uma coisa de louco.
De vez em quando, aqui em Caxias, o Fernando assume os cuidados por uma ou duas noites. Geralmente nos finais de semana, pois ele acorda cedo pra trabalhar durante a semana toda. Aí o meu descanso acontece. Mas pra não ficar "ligada" no que está acontecendo, eu tenho uma ajudinha química" Hahahaha! Tomo um dos nitrazepans da Maria Carolina, me tranco no quartinho dela e deixo pai e filha na farra durante a madrugada! É a minha noite de sono. Completa, quentinha e sem interrupções!

Achei esse texto bem legal, que explica um pouco a relação do sono com as eplepsias.

O efeito das epilepsias no sono 
As epilepsias mioclônica juvenil, as crises de ausência e os espasmos da síndrome de West, tendem ocorrer predominantemente ou quase que exclusivamente durante o dia (Dinner D, 1987; Gomez M 1983).
Em relação as alterações causadas pelas epilepsias no sono, encontram-se uma variedade dealterações, como redução do estágio REM, aumento do número de despertares após o início do sono, aumento da instabilidade do sono, aumento dos estágios superficiais de sono NREM (I e II) e redução de estágios profundos de sono NREM (III e IV) e aumento da latência de sono (Declerck A.C. 1982).
Separando as epilepsias em generalizadas (EG) e parciais e entre alterações causadas por DII e crises encontram-se diferentes alterações. Nas EG em pacientes sem crises não são evidenciadas alterações polissonográficas (Tassinari et al. 1974), mas nos pacientes com crises há aumento dos despertares após início do sono, redução da eficiência de sono e redução de estágio REM (Touchon, 1991). Nas crises parciais a arquitetura do sono apresenta-se alterada mesmo sem crises noturnas , porem, na presença de crises a desorganização é maior, com evidente redução do estágio REM, redução de eficiência do sono e aumento dos despertares (Sammaritano et al. 1994). Comparando as crises de pacientes com ELT e extratemporais, o comprometimento do sono é maior nos pacientes com ELT (Bazil e Walczac, 1997).
Outra epilepsia frequente, a Epilepsia Parcial Benigna da Infânia, com espículas rôlandicas e centro-temporais, são responsáveis por 15 a 25% das epilepsias da infância (Loiseau P et al. 1988) e com os episódios ictais ocorrendo durante o sono entre 51 - 80% dos casos e por isso muitas vezes despercebidas pelos familiares (Gregory e Wong, 1984), sendo as crises motoras e somatosensitivas orofaciais, faríngeas e laríngeas e com 15 a 20% de generalização. As DII são ativadas pelo sono e entre 2,5 a 30% destas exclusivamente durante o sono (Lombroso 1967; Lüders et al. 1987). Mesmo com estas características noturnas os estudos polissonográficos evidenciaram uma ausência de anormalidades na arquitetura do sono (Clemens B et al. 1987). 
Dr. Michele Dominici – médico responsável pela medicina do sono da Clínica Neurológica Professor Fernando Pompeu - RJ 
http://www.neurofisiorio.org/publicacoes/00003.html

2 comentários:

  1. Ai, Caru, que trabalheira. Nunca mais vou reclamar das acordadas do Tomas no meio da noite!

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