segunda-feira, 23 de maio de 2011

RECEITAS x REMÉDIOS

Ontem passamos por um aperto.
Voltando de Capão, percebi que tinha esquecido a bolsinha dos remédios da Maria Carolina.
Como estávamos quase chegando em Caxias, depois de 2 horas de viagem, ficava impossível de voltar.
O pior é que eu não tinha mais receitas do remédio em casa.
O controle das crises convulsivas da Maria Carolina, depende exclusivamente do Sabril. Sem ele, nem sei o que pode acontecer com minha pequena. Sei que ele tem uma autonomia de 12 horas e que meio dia sem tomar não iria fazer mal, mas quem garante? Quem tem coragem de deixar uma criança sem seu remédio básico?
Além disso, o Sabril é um medicamento de difícil acesso. Além de muito caro, é muito raro encontrá-lo em farmácias comuns. Sem receitas e sem encomenda fica impossível de se ter o remédio.
Minha única solução foi chegar em Caxias e ir direto pro PA da Unimed. Cheguei lá e conversei com o pediatra de plantão, Dr. Mazocchi. Ele foi um amor e nos ajudou muito, nos dando uma receita.
Com a receita na mão, fomos pra batalha de conseguir o remédio. Tudo isso num domingo às nove da noite!!!
Fui em uma das 2 farmácias 24 horas de Caxias e na primeira tentativa, achamos o remédio!
Sufoco!
Depois de passar por essa, tem duas perguntas que não saem da minha cabeça.
Primeira: Porque pessoas com doenças crônicas, que fazem uso diário de remédio controlado, precisam apresentar receitas todas vez que forem comprar? Porque não fazer uma receita que vale pra 6 meses de medicação? Todo mês aqui é a mesma coisa. Eu tenho que ligar pro consultório do neuro, pedir pra fazer as receitas e ir buscar. Tudo isso tendo que "passar" a carteira da Unimed na maquininha do consultório!
Segunda: Porque certas medicações pra convulsão são tão caras? A Maria Carolina precisa tomar o Sabril todos os dias. São 4 comprimidos por dia. Uma caixa com 60 comprimidos custa em média 200 reais e dura pra só 15 dias! É muito dinheiro. Além desse, já tentamos o Topiramato, que também sai por 180 reais a caixa. Porque tão caros? Vou começar a perguntar pro fabricantes desses medicamentos o porquê desse valor tão alto.
Numa época em que só vemos notícias de falta de medicação nas farmácias populares, isso é ainda mais revoltante. Nossa sorte é que, apesar do preço muito elevado, ainda conseguimos pagar pelo remédio, mas a dificuldade em consegui-lo é grande. Fico pensando nas pessoas que além de não terem condição, ainda dependem do serviço público pra conseguir a medicação que mantém ou pode salvar a vida de seus filhos. Sei que sou uma formiguinha pra lutar contra esse sistema, mas vou começar a minha batalha pessoal hoje mesmo, entrando em contato com o fabricante do Sabril. Vou perguntar o porquê do preço tão elevado e da dificuldade em encontrar esse remédio nas farmácias.

Sufoco como o desse domingo eu não quero passar tão cedo!


Segue uma fotinho do nosso findi pra animar esse post tão revoltado.
Maria Carolina e primos no aniver deles.

Um comentário:

  1. Bom dia CAru, meu nome eh Luciana e encontrei seu blog por acaso. Estou com meu filho de 5 meses internado neste momento para controle dos Espasmos Infantis. Encontrei a descriçao da mutaçao do gene Cdkl5, sei que e rara em meninos, mas muitos sintomas sao parecidos com o que ele apresenta. GOstaria de entrar em contato contigo, qual seu email? agradeco desde ja pela atencao!!
    luciana_hirata@hotmail.com

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